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Sou mãe de uma anoréctica

Sou mãe de uma anoréctica

Quando descobrimos que a nossa filha fuma!

Já algum tempo andávamos com uma pequena desconfiança que a nossa rapariga andava a fumar, mas hoje tive a certeza de que ela andava a fumar.

 

Primeiro vem a raiva, miudos super informados continuam a entregar-se a vícios, depois de saberem todas as implicações que têm fumar, ainda por cima quando ninguém lá em casa fuma ou alguma vez fumou.

 

Depois vêm a desilusão, depois de tantos alerta e falarmos tanto sobre o assunto ver que o que dizemos não vale de nada.

 

Desde que o ano lectivo começou têm sido desilusões umas atrás de outras. Quando é que o inferno termina!!!! As forças já começam a ser poucas.

10º ano um stress

Tenho andado desaparecida, mas as coisas não têm andado fáceis, a filhota lá começou o 10º ano na área de ciências (curso que ela adora), e logo na primeira semana de aulas, bombardeiam os miúdos com o facto de terem boas médias e só falam disso a toda a agora.

Ela que já por isso é super ansiosa, entra num stress tal que já queria mudar de curso, que não vai conseguir, que é demasiado burra, enfim desde que começou a escola que se instalou o inferno naquela casa.

Entretanto queria mudar para um curso técnico profissional, pois dizia que possivelmente assim talvez conseguisse fazer o secundário.

Entretanto no meio deste stress todo, voltamos novamente à rotina de praticamente só fazer uma refeição por dia, consequência já perdeu 2kgs.

Não parece muito 2kgs mas numa miúda que vive permanentemente a baixo do peso mínimo 2 kgs é muito.

Tentamos lá em casa não haver stress com nada, levarmos as coisas de uma maneira zen, mas isso faz com que nós pais não conseguimos relaxar nem quando estamos em casa, pois temos que andar sempre a pensar o que dizer, como reagir quando confrontados com os stress dela.

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Frase impropria

Quando regressámos de férias a minha filha foi à consulta de rotina no Hospital Stª Maria e disse-nos que não queria saber o peso que tinha, nós concordámos em não lhe dar essa informação e tudo têm corrido sobre rodas, sem stress, ela anda super bem disposta, sempre a rir.

 

Ontem à noite estávamos a conversar a seguir ao jantar sobre nada em especial, super descontraidos, quando na sequencia da conversa eu disse que ela tinha aumentado 1 kg, bastou estas pequenas palavras para eu conseguir estragar tudo, fechou-se novamente no mundo dela e já não consegui chegar a ela o resto da noite.

Não sei que consequências é que irá ter o meu deslize (estúpido), espero que ela consiga dar a volta à questão.

Mas eu estava tão relaxada a conversar na boa, sem estar sempre em stress a pensar o que posso dizer o que dizer usando outra palavras, que me saiu (estúpida), espero não ter estragado tudo.

 

 

De volta das férias

Que posso dizer das nossas férias, após 2 anos de luta constante tivemos umas férias fantásticas, sem stress por causa da comida, tranquila, aliás a minha filha estava super tranquila, Top.

 

Recuperou para um peso fantástico, estou super orgulhosa da pequena, sentimos que ela está sempre em luta constante com ela propria mas por enquanto ela está a ganhar à doença.

 

Começou a ser seguida por uma psicologa nova e continua a ser seguida pelo hospital, mas acho que lhe está a fazer bem, pois estão a ter uma nova abordagem à doença.

 

Esperança renovada.

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Psicose

A historia que se segue é a de uma mãe como muitas outras (como eu por exemplo) que tentamos pelo menos trazer um pouco de felicidade aos nossos filhos. Todos sabemos que a adolescência é difícil mas espero que com o meu pequeno contributo possa ajudar alguns pais perdidos que como eu não sabem muito ou nada de problemas que vão surgindo aos nossos filhos.

Depois de uma férias fantásticas a minha filha ontem teve o pior episódio da vida dela, durante esta semana vamos ver se o que ela teve ontem foi um surto psicotico ou outra coisa qualquer.

 

 

 

"No mês passado, perdi a minha querida filha na luta contra a doença mental. Suicidou-se a poucas semanas de fazer 29 anos, atirando-se para a frente de um comboio em Baltimore.

A Natalie e eu escrevemos um livro juntas quando ela tinha 16 anos: Promise You Won’t Freak Out: A teenager tells her mother the truth about boys, booze, body piercing and other touchy topics (and Mom responds) — “Promete que não te passas: Uma adolescente conta à mãe a verdade sobre rapazes, álcool, piercings e outros temas sensíveis (e a mãe responde)”. A ideia de uma adolescente contar à mãe os seus segredos era tão atraente que aparecemos na capa do Baltimore Sun e mais duas dezenas de jornais, fomos a programas de televisão de um lado ao outro do país, incluindo aos programas da manhã, e pagaram-nos para dar conferências. A Oprah ligou-me.

No livro, usávamos um dispositivo para assinalar quando uma grande reviravolta estava prestes a acontecer: Até que… Na introdução, defini os momentos Até que… como “uma daquelas alturas críticas em que a minha alegre sensação de que tudo estava bem no mundo colidia com a prova irrefutável de que não, não estava”.

O livro foi publicado uma semana antes de a Natalie terminar o liceu e recebeu óptimas críticas. A Amazon considerou-o o melhor livro sobre parentalidade de 2004. Foi nomeado para um prémio nacional. Foi traduzido para lituano e chinês.

Até que...

Aos 22 anos, durante a segunda parte do seu último ano de faculdade, Natalie teve um surto psicótico. No prazo de poucas semanas, passou de uma jovem adulta brilhante com o mundo aos seus pés para uma paciente numa instituição psiquiátrica com cadastro criminal. Só muito mais tarde é que eu soube que esta dramática trajectória é avassaladoramente comum.

No prazo de poucas semanas, passou de uma jovem adulta brilhante com o mundo aos seus pés para uma paciente numa instituição psiquiátrica com cadastro criminal

Os distúrbios psicóticos aparecem quase sempre no final da adolescência ou no início da idade adulta, com picos entre os 18 e os 25 anos, de acordo com Thomas Insel, director do Instituto Nacional de Saúde Mental. Os cientistas não sabem explicar porquê. Muitos investigadores têm-se concentrado nas anomalias na forma como se desenvolve, durante a adolescência, o cérebro das pessoas com surtos psicóticos. Outros investigam a genética, as circunstâncias pré-natais e o ambiente envolvente.

Surgiu um relativo consenso à volta do conceito de que os surtos psicóticos como os de Natalie não são, ao contrário do que possam parecer, abruptos, mas o culminar de um longo processo. De acordo com este modelo, têm origem em alterações moleculares que ocorrem no cérebro que começam uma década antes de os sintomas se manifestarem e que progridem para uma fase de psicose em último grau na qual a realidade é tomada pela ilusão, paranóia, alucinações ou outro tipo de distúrbios. Isto aponta para a possibilidade, tão tentadora quanto controversa, de as crianças poderem vir a ser analisadas segundo indicadores psicóticos, tal como acontece actualmente com outros problemas de saúde, na esperança de se conseguir reduzir o risco de psicose, tal como reduzimos o de ataques cardíacos.

Os problemas da Natalie devem ter começado no seu primeiro ano de faculdade, mas — tal como todas as famílias com quem falei sobre os seus próprios casos — eu não tinha um quadro de referências para reconhecer aquilo que na realidade eram.

Passou uma semana em que não dormia mais de quatro horas por noite e parecia ter uma energia interminável. Mas nessa altura estava a viajar no estrangeiro e mantinha-se acordada graças à cafeína. A nossa família viu isto como jet lag e não como um distúrbio psicológico. Alguns meses depois, disse que uma das suas amigas começava a sussurrar sempre que ela virava a cabeça, quando na verdade as raparigas seguiam juntas pela rua abaixo, a discutir um pouco entre si. Sem um historial de doenças mentais na família, nunca passou pela cabeça de ninguém que fossem alucinações auditivas.

Só seis meses depois — quando o sussurro da sua amiga se transformou num coro de estranhos que lhe davam ordens que levaram a detenções por crimes como invasão de propriedade privada — é que a relação se tornou aparente. Isto, mais uma vez, também é comum: a duração média de falta de tratamento da psicose nos EUA é de 70 semanas, diz Insel.

Como a maior parte das pessoas que estão no meio de uma crise psiquiátrica, Natalie argumentava que estava óptima e que “todos os outros estão loucos”. O seu estado continuou a deteriorar-se até que um agente da polícia, em reposta a mais uma chamada, a levou para as urgências de um hospital em vez de uma prisão. Depois de uma série de exames psiquiátricos e de uma audiência de tribunal, deu entrada num hospital público psiquiátrico. Recebeu tratamento intensivo por grave transtorno bipolar e psicose, até ficar estável e sem sintomas, dois meses mais tarde.

Natalie chegou bem, animada e parecida com a pessoa que era. Veio passar o Verão a minha casa e ensinou-me a gostar de tofu grelhado e a fazer ovos mexidos. Preparou as melhores saladas que comi na vida. Encheu a casa com a sua arte original, os seus amigos e o seu espírito irresistível. A doença mental não era tema. Voltou à faculdade para recomeçar o último ano. Quando partiu fiquei de estômago vazio, mas cheia de optimismo.

Até que...

Três meses depois, deixou abruptamente de tomar os medicamentos que mantinham à distância os seus surtos maníacos e as alucinações auditivas. Um dia, quando veio passar o fim-de-semana, minutos depois de ter entrado em casa o seu pensamento e comportamento fantasioso tornou evidente que os “demónios”, como eu viria a chamá-los mais tarde, tinham voltado.

A recaída da Natalie foi pior do que o seu primeiro surto: a psicose e o internamento mais prolongados, a recuperação mais difícil, a medicação mais complicada, as perspectivas de futuro menos auspiciosas. Esta segunda estadia no hospital durou dez meses, uma eternidade numa altura em que a média de internamento psiquiátrico é de cinco dias e a maioria das pessoas com psicoses nem sequer é internada. Graças a um cuidado intensivo, ela voltou a recuperar, ainda que mais lentamente, e terminou o seu bacharelato em artes plásticas.

O seu assistente psiquiátrico do hospital e vários outros funcionários percorreram 120 quilómetros para assistir à sua exposição de final de curso. Foi um triunfo para todos nós.

Apesar de Natalie parecer mais feliz e mais produtiva quando tomava a medicação, sentia falta da pica das paranóias ocasionais e odiava o aumento de peso

Mas, tal como acontece com muitas pessoas e muitas famílias e profissionais que vivem com, ou perto, de doentes psiquiátricos, o Até que... continuou. Apesar de Natalie parecer mais feliz e mais produtiva quando tomava a medicação, sentia falta da pica das paranóias ocasionais e odiava o aumento de peso que é um efeito secundário frequente dos remédios que tomava. Quando estava estável, às vezes declarava que afinal não estava doente e por isso não precisava da medicação — outra razão muito comum que as pessoas dão para deixar os medicamentos.

Mas se ela, ainda que inadvertidamente, deixasse de os tomar durante alguns dias, mesmo que estivesse em terapia ou outras formas de tratamento, os demónios regressavam e uma das primeiras coisas que lhe diziam era para deixar de tomar a medicação. A segunda era para não falar com a mãe, a outra influência mais poderosa na sua vida. De todas as vezes ela obedecia e piorava, tinha uma recaída ainda mais duradoura, a queda era mais acentuada e a recuperação mais lenta, regressando a um nível de estabilização mais baixo.

A última vez que entrou neste ciclo foi no Outono passado, quando se convenceu de que era aquela pessoa em cada quatro com distúrbios psíquicos cujos sintomas só melhoram muito tenuemente, ou não melhoram de todo, com os medicamentos. Não havia sinais aparentes de psicose, e para todos à sua volta ela parecia feliz e saudável, mas dizia que não conseguíamos ver o que estava dentro da sua cabeça.

Em Novembro, seis anos depois do primeiro surto, anunciou que, uma vez que teria alucinações de qualquer forma, iria deixar de tomar a medicação de vez. Tinha 28 anos quando deixou de tomar os antipsicóticos injectáveis e os comprimidos que ajudam a estabilizar o humor que a tinham ajudado a reconstruir a vida. E a sua mente entrou numa última, e fatal, espiral.

Natalie acreditava que o tratamento resultava e que o sistema de saúde mental tinha de ser reformado para que outras pessoas recebessem o tipo de cuidados que ela recebia quando tinha uma crise. Contou a sua história no ano passado para um documentário sobre a criminalização de pessoas com doenças mentais. Sonhava ser conselheira de quem tinha os mesmos problemas que ela. Dizia que queria ajudar os outros da mesma forma que a tinham ajudado a ela — até se convencer de que no seu caso qualquer ajuda era inútil.

Nas semanas depois da sua morte, as manifestações de simpatia e pesar de legiões de pessoas que combatem os demónios deixaram-me ciente de que a dor que sinto pela sua perda é apenas uma gota no oceano de dor criada pelas doenças psíquicas que estão por tratar. Uma mulher escreveu: “Tenho bipolaridade e nem sou capaz de contar quantas pessoas me disseram ao longo dos anos: ‘Devias ficar contente por só teres isso’, ‘podia ser pior, podias ter cancro ou outra doença terminal...’ Entristece-me que tantas pessoas não percebam que as doenças mentais, apesar de serem tratáveis, não são curáveis e podem matar.”

A minha filha viveu mais de seis anos com uma doença incurável e encheu a cabeça com demónios que literalmente a levaram à morte, e fê-lo enquanto ria, pintava, escrevia poesia, ajudava e trazia alegria a outras pessoas à sua volta. Foi a pessoa mais corajosa que eu conheci e o seu suicídio não muda isso.

“A Natalie ajudará a nossa sociedade a avançar”, escreveu-me um investigador do Johns Hopkins Hospital quando soube da sua morte. “Ela ajudou-nos a olhar para as doenças mentais com o respeito, a compaixão e a dignidade que merecem.”

Espero que sim. A Natalie teria adorado esse legado.


Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post
Doris Fuller é directora executiva do Treatment Advocacy Center, em Arlington (Virginia), que se dedica a ajudar pessoas com doenças psiquiátricas a receber tratamento"

Fim de semana em casa

A filhota lá veio a casa passar o fim de semana, correu mais ou menos, já houve alturas que ela veio bem melhor, mas vamos aguardar.

 

Entretanto disseram-nos que possivelmente iria ter alta para a semana, marcámos consulta com um psicologo externo (particular) e vamos tentar a acumpultura.

 

Vamos tentar diferentes frentes a ver se é desta.

Ajuda

Para quem como eu procura ajuda na luta contra a doença ou para quem é doente (distúrbios alimentares), pelo que conheço ( e só conheço do hospital Stª Maria) é uma pessoa espectacular pelo menos recebemos sempre com um sorriso nos lábios, às vezes só isso já ajuda.

 

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SOBRE
Marisa Loio licenciou-se em Enfermagem em 2006 encontrando-se até à atualidade a desempenhar as suas funções no Departamento de Neurociências do Centro Hospitalar Lisboa Norte – Hospital de Santa Maria.

Posteriormente concluiu em 2012 a Especialidade em Enfermagem de Saúde Mental e
Psiquiatria bem como o Mestrado em Enfermagem, área de especialização de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria, defendendo uma dissertação no âmbito das Doenças do Comportamento alimentar intitulada Da gestão emocional à relação terapêutica a Pessoas com Anorexia Nervosa.

Atualmente, encontra-se a frequentar o Curso de Intervenção Sistémica e Familiar, na Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar em Lisboa.

A sua larga experiência quer profissional, quer académica, no contacto a Pessoas com Distúrbios do Comportamento alimentar, capacitam-na para mobilizar competências psicoterapêuticas, socioterapêuticas, psicossociais e psicoeducacionais no sentido de contribuir para a adequação das respostas da pessoa doente e família face aos problemas específicos relacionados com a doença mental. As suas intervenções têm assim como objetivo evitar o agravamento da situação e promover a recuperação e qualidade de vida de toda a família.
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MISSÃO
Realizo intervenções de âmbito psicoterapêutico e socioterapêutico às Pessoas com Distúrbios do Comportamento Alimentar, de qualquer faixa etária, mobilizando o contexto e dinâmica individual e familiar, de forma a interpretar e individualizar estratégias, através de técnicas expressivas, com o recurso a uma comunicação terapêutica eficaz.

As terapias expressivas são uma forma criativa de auxiliar em diversas questões emocionais, tais como: melhoria da auto-imagem, reestruturação emocional, aumento de competências pessoais, treino de habilidades sociais, entre muitas outras situações.

A comunicação terapêutica é um tipo singular de comunicação abrangida na comunicação clínica e comunicação em saúde, utilizada por profissionais de saúde para apoiar, informar, educar e capacitar as pessoas no processos de transição de saúde doença, e/ou na adaptação a dificuldades. Na comunicação terapêutica, utiliza-se um conjunto de técnicas para ajudar as pessoas a resolverem os seus problemas e relacionarem-se com os outros.

Tem uma intencionalidade dirigida para a situação da pessoa, solicitando determinadas competências do profissional, como a capacidade de escuta, a disponibilidade e a aceitação, pressupondo ainda a utilização de um conjunto de habilidades de comunicação verbal e não verbal, nas quais a empatia e a assertividade assumem um papel central.
FINALIDADES
Estabelecer relações de confiança a Pessoas com Anorexia Nervosa, Bulimia Nervosa e Obesidade, bem como, optimizar o auto-conhecimento, a auto-estima, a autonomia, a gestão emocional, e ainda aumentar o “insight” sobre os problemas e adquirir a capacidade de identificar novas vias de resolução assim como promover a resolução de conflitos com as figuras parentais ou pares.

Intervir através de técnicas psicoeducativas às famílias de Pessoas com Doença Mental, nomeadamente do foro Alimentar – no caso dos adolesecentes, a promoção de vínculos com adultos em contexto terapêutico fomenta um desenvolvimento mais ajustado, facilitando a construção de uma identidade e personalidade promotoras de um adulto saudável.
CONSULTAS
1ª Consulta: 1h30min

2 ª consulta: 50 min

Horário: Diurno e Pós laboral

Valor: 40 euros
CONTACTOS
T: 968 999 905
E: marizaloios@gmail.com
M: Av. João XXI, nº49 | 1000-299 | Lisboa"

Cansaço

Deveria ser mais fácil após 4 internamentos, lidar com esta situação, mas não está, o cansaço é tanto que só me apetece ficar a dormir até a tormenta passar.

A paciência está a níveis abaixo de zero, não tenho paciência para nada nem ninguém. Vir trabalhar é um tormento ter que fazer conversa de circunstância e sorrir duas coisas que me deixam tão cansada que parece que corri a maratona.

 

Tenho que descobrir como arrebitar...

Informação

"Internadas com anorexia: têm 14 anos e ficam em média 51 dias no hospital


ANDREIA SANCHES 13/04/2016 - 08:11

Hospital D. Estefânia analisou processos de crianças e jovens internados entre 2012 e 2014, com perturbação do comportamento alimentar. Resultados são apresentados num congresso, em Lisboa, que junta dezenas de especialistas em adolescência que vão falar sobre vários temas.

 

Era filha única e uma excelente aluna, apesar de já ter no seu percurso dois episódios de internamento psiquiátrico. Sofria de anorexia nervosa grave, “com risco iminente de morte”, quando foi internada na Unidade de Pedopsiquiatria do Hospital de D. Estefânia, em Lisboa. Ficou três meses. Já teve alta, mas continua até hoje a ser tratada, “com avanços e recuos”, conta a médica Cláudia Cabido, do Serviço de Pedopsiquiatria. O caso da jovem “Z.”, chamemos-lhe assim, é relatado numa das dezenas de comunicações que serão apresentadas no 7.º Congresso Internacional de Psicologia da Criança e do Adolescente, em Lisboa, que arranca nesta quarta-feira. E foi pela gravidade do caso dela que a equipa da Estefânia decidiu mergulhar nos processos de outros doentes.

São essencialmente raparigas (91%), com uma idade média de 14 anos que, em 60% dos casos, têm um diagnóstico de anorexia nervosa do tipo restritivo. É este, em traço grosso, o perfil dos doentes que entre 2012 e 2014 foram internados no Hospital de D. Estefânia, do Centro Hospitalar de Lisboa Central, com uma perturbação do comportamento alimentar.

Ter havido lugar a internamento significa que estamos a falar de crianças e adolescentes com um risco elevado de complicações médicas e/ou psiquiátricas (a anorexia é uma perturbação psiquiátrica complexa, mas, em geral, privilegia-se o tratamento em ambulatório; hospitalização, só em situações particularmente complicadas).

A média de duração do internamento foi de 51 dias — “são internamentos longos”, sublinha Cláudia Cabido, em resposta ao PÚBLICO. E 23,3% dos jovens foram internados mais do que uma vez ao longo do período em análise.

Chama-se Doentes com Perturbação do Comportamento Alimentar internados entre 2012 e 2014 — Casuística da Unidade de Internamento de Pedopsiquiatria do Hospital de D. Estefânia a comunicação que será apresentada na quinta-feira, segundo dia do congresso. É assinada por oito elementos daquele hospital, das áreas da pedopsiquiatria, psicologia e pediatria, entre os quais Cláudia Cabido. “Encontrámos 43 processos clínicos, analisámo-los e seis meses depois fomos fazer um follow-up”, explica.

A boa notícia é que, na altura do “follow-up”, em 95% dos casos os doentes tinham atingido um índice de massa corporal normal. “Não quer dizer que estejam curados, mas é um bom sinal.” Mais: 72% não já não tinham sintomas.

“Cada vez mais precoce”
A anorexia é uma doença “silenciosa” — entre o início dos sintomas dos doentes internados na Estefânia e o início do acompanhamento passaram-se, em média, 9,5 meses. “E é cada vez mais precoce”, diz Cláudia Cabido.

É também a terceira doença crónica mais comum entre as adolescentes, depois da obesidade e da asma, matando cerca de 2% dos que dela sofrem, “o que é uma taxa de mortalidade importante”. “Morrem de desnutrição, ou porque se suicidam.”

Na lista das perturbações do comportamento alimentar dignosticadas entre os jovens internados na Estefânia há algumas que não “cabem” totalmente em nenhuma definição (25%), nem anorexia, nem bulimia, e, por fim, outros tipos de anorexia, que não do "tipo restritivo", e a bulimia nervosa.

Quem sofre de "anorexia nervosa tipo restritivo", a mais comum das perturbações na amostra analisada, como se viu, reduz a ingestão de alimentos, tem uma perturbação da percepção da imagem, medo de aumentar de peso, mas, ao contrário do que se passa na “anorexia tipo purgativo”, tende a não recorrer ao vómito e a laxantes (é isso que distingue os dois tipos da doença).

Os resultados podem ser devastadores: cerca de metade dos doentes no D. Estefânia (51,2%) tinha na altura do internamento um índice de massa corporal inferior ao percentil 5.

As doentes são em geral alunas excelentes, como era “Z.”. “Têm traços muito obsessivos, são muito preocupadas com o seu desempenho em várias áreas, são muito rigorosas”, diz Cláudia Cabido."

4º internamento

Hoje lá ficou a minha filha mais uma vez internada, tinha a ideia(errada) de que se ia tornando mais fácil cada internamento dela, mas estava totalmente enganada, não sei porque mas este está a deixar-me devastada.

 

Vamos ver o que o futuro dita...